É frequente nos dias de hoje, ouvirmos irmãs e irmãos com testemunhos bonitos e até encorajadores, sobre como receberam jesus como Senhor e salvador das suas vidas, e quando perguntados qual é o passo a seguir, a resposta quase sempre é: Vou buscar conhecer a vontade de Deus para minha vida.
Existe uma ideologia hoje entre os cristãos que a principal forma de adorar a Deus, é descobrindo e vivendo a sua vontade para a nossa vida, facto que realmente é verdade, pois não existe comunhão possível entre pessoas que não estejam unidas em um único pensamento e objectivo, tanto que o apóstolo Paulo em efésios 5:17, nos exorta a compreender a vontade de Deus para nossa vida.
No entanto, o maior equívoco que se comete é pensar que Deus tem planos diferentes para cada cristão e que este plano será de forma sobrenatural revelada por Deus a cada um individualmente … aí oramos, entramos em jejum, fazemos votos e propósitos, no intuito de recebermos esta revelação específica e quando isso não acontece ficamos frustrados, desanimados e não crescemos na fé e na comunhão com Deus.
Mas porquê isso acontece?
Porque somos ensinados que o relacionamento com Deus é com base nas emoções, temos de sentir aquele arrepio, temos de chorar sem perceber o porquê... Porém, nos esquecemos que o cristão é convidado a se relacionar com Deus, por meio de um culto racional e não emocional, e que a chave para não apenas conhecer, mas também experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus é a santificação por meio da renovação de nossa mente (Romanos 12:1-2), pois sem santidade ninguém verá a Deus (Hebreus 12:14).
Confundimos emoções da carne com a presença de Deus e passamos a vida a fazer escolhas baseadas em nosso próprio entendimento assumindo erradamente que é vontade de Deus, porque orei e senti, ou porque abri a bíblia aleatoriamente e a passagem falava exactamente daquilo, porque sonhei…!
Não que não hajam casos assim na bíblia, mas são situações específicas e não para transformar em doutrinas.
Deste modo, como iremos conhecer a vontade de Deus para nossa vida, se Ele não se revelar a nós?
A principal vontade de Deus, é que o conheçamos e a forma mais fidedigna dele se fazer conhecer hoje, neste mundo de muitas vozes e muitos enganos, é por meio da sua escritura sagrada, a Bíblia! É possível conhecer a Deus, conhecer sua vontade para nossa vida, termos a mente renovada e sermos santificados apenas pela leitura e obediência da escritura.
A Bíblia é a palavra de Deus, ela é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para nossa vida.
Tudo o que sentimos, ouvimos, sonhamos, pensamos deve ser interpretado com base nas escrituras sagradas.
Consagre ao Senhor tudo o que você faz e os seus planos serão bem-sucedidos (Provérbios 16:3), não é apenas sobre orar e entregar nas mãos de Deus, porque até o ladrão faz isso… mas sim buscar a luz da Bíblia o que Deus diz sobre aquele determinado plano, nos questionando, de que forma Deus será glorificado na nossa vida se tal coisa se concretizar.
E esta busca pela vontade de Deus por meio do conhecimento e obediência das escrituras, deve ser uma decisão, um compromisso pessoal, assim como foi com Esdras o escriba.
A bíblia diz que este era sacerdote, descendente de Arão e que apesar de estar cativo na Babilônia e não poder exercer o seu papel de sacerdote no templo, colocou em seu coração buscar a lei do Senhor, para cumprir e ensinar (Esdras 7:10). Em nenhum ponto do livro de Esdras, apesar de ter apenas 10 capítulos, vemos Deus a se apresentar de modo particular a Esdras, nem por sonho, visitação, ou profecia, mas vemos por várias ocasiões a seguinte frase “... e a boa mão de Deus estava sobre nós..” (Esdras 8:31).
Esdras é conhecido, pelo seu temor e entrega a Deus, por meio busca, prática e ensino da palavra, foi ele quem liderou o primeiro grupo de judeus que saiu do cativeiro da Babilônia para Israel por decreto do rei da Pérsia
É atribuído a Esdras a organização e a disposição que encontramos hoje dos livros do antigo testamento na Bíblia e no versículo 4 de Neemias, vemos pela primeira vez com Esdras, o modelo de pregação que temos hoje nas nossas igrejas, o Sacerdote de pé sobre um púlpito de madeira, a congregação (homens e mulheres) sentados diante dele e na hora da leitura da palavra, todos se colocam de pé.
Assim, sendo nós a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor e a sua boa mão estará sobre nós (1 Pedro 2:9; Oseas 6:3).
Deus abençoe.
