O livre arbítrio e a Graça de Deus

Um aspecto que sempre levantou debate no círculo cristão e que também tive dificuldades para compreender, é o conceito e a essência do Livre-arbítrio e a Graça de Deus, e seu enquadramento no relacionamento entre Deus e os Homem.

No entanto após leitura e meditação em torno da parábola popularmente conhecida como a do Filho Pródigo, em Lucas 15:11-32, pude por meio de alguns elementos perceber aspectos em torno destes conceitos.

Primeiramente, percebo que esta não é uma parábola sobre o filho… mas sim sobre o Pai; um Pai cujo filho, Jovem, rebelde, egoísta e imaturo, decidiu que não queria continuar a viver na presença do Pai, pois de certeza que isso significava viver submetido as regras do Pai e este queria a sua liberdade. O Pai poderia ter-se recusado a deixá-lo partir e até recusar-se a ceder a herança, porque estando o Pai ainda em vida tudo lhe pertencia, no entanto este não o fez. Este Pai, a bíblia não diz, mas creio eu que deve ter usado de todas as estratégias para advertir o filho dos perigos do mundo e estes argumentos no coração do filho rebelde não surtiram nenhum efeito, tendo deste modo o Pai permitido que o filho fosse viver a vida por si mesmo.

Esta pequena paráfrase sobre os acontecimentos dos versículos 11 e 12, nos mostra como Deus (nosso Pai) implementa o livre arbítrio no seu relacionamento connosco. Por meio das escrituras sagradas, podemos claramente ver e aprender quais são os benefícios de viver na presença de Deus e sob os seus mandamentos e também quais são as consequências do contrário, no entanto Deus (nosso Pai), não nos obriga a viver de acordo com a sua lei, Ele quer que nossa submissão seja por vontade propiá e como no caso do filho pródigo, muitos de nos só valorizamos sua presença e voltamos a Ele depois que descobrimos que a beleza e satisfação da vida sem Deus, é momentânea (v.13-17).

É neste instante em que entra a Graça de Deus … quando meditamos nos versículos 18-21, a nossa mente humana “é bem feito… se eu fosse o pai lhe deixava a sofrer mais um pouco para aprender”, mas o coração deste Pai é guiado pelo verdadeiro arrependimento e o regresso deste filho, que volta para casa ciente de que longe da presença do seu Pai não existe nada de bom para ele e que não precisa de riquezas e nem status social para ser aceite, ele só precisa reconhecer isso e regressar, pois o seu lugar de filho é insubstituível.

Não existe nada que ilustre mais o amor de Deus Pai por nos seus filhos que o livre arbítrio e sua Graça, Ele recebe com alegria, celebração e pronto para perdoar, todo aquele que verdadeiramente deseja voltar. E mesmo que muitos de nós levantemos para criticar e apontar as falhas, assim como fez o filho que não se afastou da presença do Pai, Deus permanece constante e fiel.